Correndo atrás dos direitos como consumidor

Inicio de ano é sempre a mesma coisa. é época de pegar os presentes recebidos (ou as notas dos que não foram recebidos) e ir atrás das lojas para conseguir trocar, ou obter o que não foi entregue.

Mais de 6 meses após eu ter publicado uma critica sobre a incompetência de vendedores de lojinhas de informática, ainda recebo comentários naquele post e até mesmo e-mails diretos a respeito de problemas similares ou piores.

Formas de se resolver um problemas com lojas brasileiras

Problemas de garantia, entrega não feita e outros problemas que envolvam a troca do produto, são difíceis de se resolver porque o o vendedor tenta agradar o chefe e o chefe tenta se aproveitar da certeza que o cliente é um trouxa e não vai correr atrás dos seus direitos. Ai você tem três soluções:

  1. resolver no grito (vá a loja, grite, xingue, chame a polícia, a Globo, faça escandalo…  e pague pra ver; muitas vezes após isso, você terá que partir para segunda alternativa;
  2. resolver no mão. Ainda que estejam copletamente errados, o vendedor ou gerente, vão querer defender seus “direitos” e pontos de vista dizendo que o errado é você. Se você tiver sangue quente, não será muito difícil vê-lo cobrindo os camaradas de pancada (claro que você receberá o troco) e possivelmente a polícia vai querer “conversar” com vocês;
  3. resolver judicialmente, é a forma mais correta de se resolver, embora mais demorada. Minha sugestão é que você tente a primeira solução, mas se ver que “o caldo está engrossando”, simplesmente vire as costas e pule a segunda alternativa. Uma coisa que a história nos ensina é que violência só nos leva para o hospital ou para o cemitério.

Meus “causos”

Diante de um impasse, com uma loja, eu geralmente tento resolver na conversa. Mesmo que esteja cheio de vontade de xingar, eu chego com bom humor, brincando… tento levar no papo por duas ou até três vezes dependendo da situação.

Foi assim que tentei resolver problemas com uma grande loja de departamento, que após ter comprado um telefone celular para presentear minha esposa, só recebi o aparelho três meses depois;

O mesmo com uma grande operadora de telefonia celular que me vendeu um modem 3G dizendo que o sistema deles funcionava na cidade inteira e ao chegar em casa e constatar que o mesmo não funcionava alegaram não ter suporte na região onde moro;

Entre outros casos que infelizmente são muitos, graças a falta de fiscalização por parte do governo, respeito do vendedor com relaçao aos clientes e seus direitos etc.

Alguém para lembra-los dos seus direitos

Quando eu vejo que a boa conversa não vai resolver meu problema eu adoto medidas mais formais. Medidas estas que em geral podem ir desde acionar a ouvidoria da empresa – quando se tratar de uma grande instituição, até mesmo acionar judicialmente.

Já que a conversa diretamente com o vendedor e ou gerente da loja não está dando jeito o próximo passo é a ouvidoria. Este geralmente é um setor que serve para desabafar as suas frustrações. não importa o meio (ligue, masnde e-mail, carta, sinal de fumaça… não importa). Em empresas idôneas, este setor funciona “quase” como uma outra empresa independente que tem por missão avaliar o funcionamento da empresa principal.

Quase sempre ao faer isso o processo de resolução do problema é acelerado, porque acioná-los indica que você está por dentro de “como as coisas funcionam” e que se eles não resolverem o seu próximo passo será acioná-los judicialmente.

Lojinhas… ah lojinhas!

Quem costuma lidar com informática, sabe que o grande mercado de material para trabalho é vendido em lojas de pequeno porte e que algumas vezes são até informais, neste caso, não adianta recorrer as ouvidorias, porque se existir ela será atendida pelo filho do dono, que também é o gerente, ou pelo cunhado do dono que é o faxineiro e ouvidor nas horas vagas, quando não está trabalhando como vendedor.

Nestes casos após o bate papo, “suje” o nome da loja. Geralmente estas lojinhas costumam anunciar em revistas, sites especializados, e catálogos. Procure estes locais e contacte-os. Nos meus casos, as lojas costumam ser as divulgadas em sites como Buscapé, Boa Dia, Bom de Faro etc. Então eu simplesmente entro nestes sites, avalio a loja negativamente, deixo o meu caso registrado nos comentários.

Acredite isso costuma dar certo. Em um dos meus casos, a área juridica de uma grande loja de departamentos me contactou para resolver o problema de uma compra que nunca fora entregue, e pediu que eu tirasse a minha queixa contra eles em um destes sites. Após o problema ter sido resolvido, eu honrei com meu trato e retirei o comentário (o que houve por baixo dos panos eu nunca soube e nem me interesso a saber, mas deu certo).

Advogados online gratuito para problemas com o CDC

Um serviço de apoio juridico muito bom que sempre funciona é o “ReclameAqui” (www.reclameaqui.com.br). As últimas vezes que precisei recorrer a eles, eu tive meu problema resolvido sem maiores dores de cabeça.

O processo é simples: Entre no site, faça um cadastrozinho gratuito, deixe sua reclamação e espere. Em geral não leva mais do que um ou dois dias para área juridica das lojas reclamadas te contacterem para resolver o seu problema – e olha que estou dando este prazo com base nas reclamações que fiz a respeito de empresas grandes e que estão no topo do ranking das mais reclamadas.

O cadastro é obrigatório porque se você tem o seu direito de direcionar suas farpas à uma empresa nominalmente, esta empresa tem o direito de conhecer nominalmente quem está reclamando dos seus serviços para se defender. Lembro ainda que denuncias anonimas e feitas com apelidos não são aceitas.

Associação que busca o seu interesse

Outra instituição que deixo como “carta na manga” é a associação PROTESTE (www.proteste.org.br), uma OSCIP que entre outros benefícios, visa garantir que nós consumidores tenhamos nossos direitos assegurados.

O seu site possui, muitos testes, comparativos, dicas de melhor compra, procedimentos etc. Para os associados existe ainda um serviço de atendimento juridico que faz a mesma função do Reclame Aqui.

A associação é feita mediante um cadastro e o pagamento de anuidades de valor simbólico. Uma vez associado e tendo problemas com produtos e empresas, basta contactar a sua consultoria jurídica e pronto.

Não saberia avaliar qual dos dois é o mais efetivo (Reclame Aqui ou ProTeste), mas se um não resolver é sempre saber que existe outra possibilidade de reclamação.

E o PROCON e agências reguladoras?

Se pretende acioná-los achando que vão resolver algo, esqueça. Eles não se prestam pra isso. Infelizmente eles estão lá só pra ganhar o salário do mês que nós pagamos através de impostos. Todas as vezes que recorri a eles não tive meu problema solucionado, pelo contrário só perdi tempo.

Eles não resolverão nada, mas se você pretende ir a justiça e ganhar uma grana de indenização por conta dos problemas causados, deverá registrar uma queixa nestas instituições. De posse do protocolo, acione o tribunal de pequenas causas e seja feliz.

No mais…

Como a maioria dos leitores sabem eu não sou advogado. As dicas que deixei aqui são simples e se baseiam no seu direito de reclamar quando seus direitos não são honrados.

Desta forma não espere receber uma indenização milionária, só porque comprara um fone de ouvidos em uma lojinha do interior do Amazonas e eles não foram entregues no Rio Grande do Sul, no prazo estipulado.

Os serviços aqui citados são exlusivamente para resolver o seu problema pontual e neste exemplo se empenhariam em conseguir que os seus fones fossem entregues ou devolver o seu dinheiro.

Lembre-se sempre que problemas mais graves devem ser intermediados por advogados, é para isso que eles estudam anos afinco e estão lá de prontidão.

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